por REGINA PEREIRA design ROBSON QUINAFÉLIX foto SHEILA OLIVEIRA
Esse excelente resultado foi apresentado no 6° Simpósio Latino-Americano de Ciência de Alimentos, que aconteceu no mês passado na Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. Segundo a pesquisadora canadense, "trabalhos realizados em várias universidades mostram que a semente é capaz de diminuir o risco de outros tumores, como o de cólon e o de próstata". Somem-se essas boas notícias ao fato de a linhaça ajudar a controlar os níveis de colesterol.
Aqui no Brasil, mais precisamente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a equipe do Departamento de Nutrição também anda analisando a linhaça. O enfoque, entretanto, é outro. "Investigamos a segurança no consumo", conta a nutricionista Ana Vládia Bandeira Moreira. Explica-se: embora contenha substâncias capazes de prevenir doenças letais, o que faz dela um alimento funcional de primeira grandeza, a linhaça carrega compostos que poderiam interferir na absorção de nutrientes. Por enquanto o que se sabe é que o aquecimento da semente neutraliza esse inconveniente. Isso porque, segundo Ana Vládia, o calor diminui a atividade de algumas proteínas suspeitas de atrapalhar o aproveitamento de sais minerais. A sugestão é deixar a linhaça no forno baixo por 15 minutos. "Claro que, se ela for usada na preparação de receitas assadas, como pães ou biscoitos, não precisará disso", diz a pesquisadora, que continua mergulhada em seus estudos.
Outra dica para aproveitar ao máximo a semente é triturá-la no liquidificador. "É que a casca, bastante resistente, pode passar intacta pelo aparelho digestivo", justifica a farmacêutica bioquímica Rejane Neves-Souza, professora de nutrição da Universidade do Norte do Paraná. E aí as substâncias benéficas ficam impedidas de sair. "Mas tem que bater e comer logo, porque a linhaça é muito suscetível à oxidação", ensina o bioquímico Jorge Mancini Filho, da Universidade de São Paulo.
Os cientistas só não chegaram ainda a uma conclusão sobre a quantidade ideal de consumo. "Estamos em busca dessa resposta", suspira a nutricionista Ana Vládia. Quem dá bem a medida (sem trocadilho) da indefinição é a farmacêutica bioquímica Rejane Neves. Ela conta que já viu sugestões de porções as mais variadas — de 25 gramas (1 colher de sopa bem cheia) até 45 gramas (quase 2 colheres) por dia. E comenta que alcançar esta última indicação é bem mais difícil. "A inclusão da semente no dia-a-dia deve ser gradativa".